Outubro registra menor inflação para o mês em 27 anos; dólar atinge cotação mais baixa em 17 meses
BC afirma que manter juros em 15% ao ano por tempo bastante prolongado ajuda na estabilidade de preços O Banco Central divulgou nesta terça-feira (11) a ata d...
BC afirma que manter juros em 15% ao ano por tempo bastante prolongado ajuda na estabilidade de preços O Banco Central divulgou nesta terça-feira (11) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, realizada na semana passada. Nesse documento, o BC afirma que manter os juros a 15% ao ano — e por tempo bastante prolongado — ajuda na estabilidade dos preços. Os mercados despertavam no Brasil quando o IBGE divulgou o índice oficial de inflação: 0,09% - a menor taxa para o mês de outubro desde 1998. O alívio veio da conta de luz, e o acumulado dos últimos 12 meses ficou em 4,68%. O mercado não esperava ver tão cedo a inflação se aproximar do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (11), trouxe a avaliação da autoridade monetária sobre o rumo da economia. A percepção entre os investidores de que os juros possam cair em um horizonte menos distante. Mas o Banco Central pediu alinhamento da política fiscal com controle de gastos. Na ata, o Banco Central afirmou que a inflação apresentou certa redução, mas se manteve acima da meta para a inflação. No documento, o Comitê de Política Monetária disse que reforçou a visão de que o "esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública podem elevar a taxa de juros, com impactos negativos para a política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação". Na avaliação do economista Sérgio Vale, só com corte de gasto será possível reduzir a taxa básica de juros - atualmente em 15% ao ano. “A política monetária está basicamente sozinha tentando tratar da inflação, e a política fiscal segue com crescimento de déficit de dívida. O gasto público ainda crescendo esse ano em termos reais. Se tivesse o governo ajudando do ponto de vista fiscal, a Selic certamente não precisaria estar em 15%”, afirma o economista Sérgio Vale, do MB Associados. O economista André Perfeito afirma que o Copom ainda vê com preocupação a polícia fiscal brasileira: "As expectativas, apesar de terem melhorado recentemente, não consegue melhorar de forma efetiva para sanar para 2027 ou 2026 uma queda mais substancial. Isso tudo porque fica o debate fiscal, vamos dizer assim, é acelerando uma máquina que já está bastante aquecida". Outubro registra a menor inflação em 27 anos; dólar atinge menor cotação em 17 meses Jornal Nacional/ Reprodução O Copom avaliou que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O cenário externo também soprou a favor. Nos Estados Unidos, o Senado aprovou uma medida de financiamento para tentar pôr fim à suspensão temporária e parcial de atividades do governo federal, o shutdown. O que trouxe capital estrangeiro para mercados emergentes como o Brasil. O dia fechou com o 12º recorde seguido na Bolsa de Valores de São Paulo: alta de 1,60%, a 157.749 pontos. E o dólar testa novo piso a R$ 5,2727, em queda de 0,64%, no menor valor desde 6 de junho de 2024. LEIA TAMBÉM Dólar cai e fecha a R$ 5,27, menor nível em 17 meses; Ibovespa bate 12º recorde seguido